A Melhor Rima de Sempre - Orelha Negra, Valete

A Melhor Rima de Sempre - Orelha Negra, Valete

Альбом
Mixtape
Год
2011
Язык
`portugais`
Длительность
603560

Voici les paroles de la chanson : A Melhor Rima de Sempre , artiste : Orelha Negra, Valete Avec traduction

Paroles : A Melhor Rima de Sempre "

Texte original avec traduction

A Melhor Rima de Sempre

Orelha Negra, Valete

Eu era um puto já todo hiphopiano

24 horas a ouvir rap como um insano

Ouvia desde Raekwon a Master Ace, Pass One

Melo D, Abonda, Big Pun, Bahamadia.

Hum. também queria ser um rapper

E por outros rappers a gritar Mamamia.

Mas fiquei logo desencorajado

Quando Marinho passou na radio aquela maqueta de mafilia

Dealema e Ace na mesma faixa

Trazer aquela cena que racha

Rima suprema que esborracha bro

Manos traziam eloquência nunca antes vista

Era um novo tipo de liricistas com a escrita vanguardista

Achava que nunca ia chegar aquele nível

Seria mais um invisível

Nunca seria protagonista

Depois disso ainda fui ao Johnny Guitar

Ver uns niggas a rimar

E lá vi o Nigga War e os Next

Fiquei perplexo

War tinha um flow possesso

E os Next cuspiam versos com a energia de Das EFX…

Ainda havia o Boss

Com a rima causava hipnose

Sunrise do flow complexo rimava tipo um T. Rex

Como é que eu ia brilhar no meio de tantos monstros…

Conseguir fazer o estrondo e ter sucesso com os meus raps?

Mas tu disses-te que um grande homem não esmereçe

E pa eu acreditar na tese que é na fé que esta o progresso

Disseste-me

Para eu ter auto-estima

E ser persistente

Porque eu ainda iria fazer a melhor rima de sempre.

Comecei a escrever rimas de forma alucinante

Com a fé incessante que um dia seria predominante.

Conheci o Sam

Fazia maquetas e jams

Em casa dele com o Black Master, Master Pula e o S.A.M.

Largava umas bombas mas ainda cheirava a leite.

Mesmo assim o BomberJack convidou-me para as mixtapes.

Cuspia com fome em cada mix

Obelix do microfone era o ciclone

Valete com o rap matrix.

O meu nome espalhou-se de Monção a Portimão

Eu trouxe aquele rap habilidoso

Que causava a sensação.

Mas muitos diziam que Valete era muito incompleto

Que eu só tinha flow

Que o meu rap não tinha intelecto

O que é que eles queriam?

Que eu fosse Alexandre Herculano?

Que eu fosse um grande carola?

Cuspisse knowledge com 17 anos?

Ai tu disseste-me para não ligar as criticas

Porque isso só me ia causar danos

E afectaria todos os meus planos

Criamos canal 115

Rimas em série.

Eramos Jery, Gary Lineker

Cuspíamos intempéries

Convidaram-nos para uma actuação em Almada

Nós e os Next ia ser lotação esgotada

Tava la toda a gente do movimento

Desde manos de Benavente

Até acho que manos de Lousada

Era talvez o nosso concerto mais importante

Ensaiámos quase um mês ia ser carga pesada

Concerto falhado

Eu destroçado

E as ruas a dizer que os Next tinham fuzilado.

Entrou o ano de 99

Hiphop cresceu mais

Black Company e Boss já eram grupos transversais.

Dealema e Sunrise tinham o culto de imortais

Micro e Sam batiam até em vivendas de Cascais

Mind da Gap já rebentava em festivais

Chullage e Xeg na altura eram as promessas nacionais

Já ninguém falava de Valete

Estava desconsiderado e desprezado como um wack.

Sem auto-estima

Larguei as rimas

Larguei a paixão que alimentava a minha rotina.

Sempre que te ouvia a rimar eu recordava

Sempre que ouvia uma batida, amargurava

Sempre que ouvia uma musica minha chorava

Quase dois anos longe daquilo que mais amava.

Ai tu disseste-me de forma dolorido

Que sem o rap eu nunca teria uma vida

Sem o rap seria uma alma obscurecida

Perdida nos traumas e derrotas sofridas

Disseste-me

Que o meu destino era ser um MC influente

E que eu ainda iria fazer a melhor rima de sempre…

Voltei as barras em maio de 2001

Ainda eram ensaios de escarra

Para rappers era sayonara.

Decidi lançar um CD

E ser o MC do R.A.P que narra tudo aquilo que a TV mascara

Gravei Educação visual com dinheiro emprestado

Do meu nigga Vado, Sam, BomberJack e do Cruzado

O álbum saiu em Setembro de 2002

Impacto tremendo

Ainda me lembro como se fosse hoje.

Recebia props de todo o movimento hiphop

Portugal, Macau, Brasil

Principalmente os PALOPS.

2006 lançei Serviço Publico

E o Blitz e o publico chamaram-me novo rei do anti-pop.

Milhões de audições no MySpace e Youtube

Sem rádios nem televisões

Sem nunca vender o cu.

2008 tive uma proposta de angola

Para bulir numa grande empresa

Ganhar por mês 10.000 dollares.

Seria auditor das fabricas de Luanda e Huambo

E assessor do director da fabrica de Kuando Kubango.

Trabalharia horas infinitas

Já não teria mais tempo para a escrita.

Mas era muita guita

Podia ficar com a vida resolvida e dar um casarão a minha mãe.

Ai tu disseste-me que eu tinha uma missão

Que era dar instrução as ruas e espalhar informação.

Disseste-me que eu não podia abandonar o movimento

Porque eu ainda iria fazer a melhor rima de sempre…

Fiquei apavorado quando me disseste que já não ias rimar mais

Já não ias cuspir instrumentais

Que ias seguir a vida dos iguais.

Agora vejo-te a trabalhar 12 horas por dia

Nesse trabalho que te explora

E devora a tua alegria.

Já não tens tempo pa quase nada

O pouco que tens é para a tua avó adoentada

E para a tua namorada.

Amanha vais fazer um filho

E vais seguir o trilho dos que deixaram a vida hipotecada.

O teu nome ainda é enorme nas ruas

Cospes rap com o uniforme da verborreia mais crua.

Adamastor

Todos adoram

Todos imploram

Pelas tuas rimas que as ruas condecoram.

Sem o rap nunca terás uma vida mano

Sem o rap serás uma alma obscurecida.

E não tens forma de deixar o movimento

Porque ainda tens de vir fazer a melhor rima de sempre…

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